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Equipe da Al Jazeera entrevista a ADPERGS sobre as condições do Presídio Central

As últimas notícias sobre as violações aos direitos humanos no sistema prisional brasileiro rodaram o mundo. A intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) acerca das condições Presídio Central de Porto Alegre chamou a atenção de países como a Inglaterra e o Catar. Por este motivo, a equipe da Al Jaazera inglesa, emissora presente em 180 países, veio a Porto Alegre, nesta sexta-feira (10), para fazer uma reportagem sobre o Presídio Central. A emissora entrevistou a presidente da ADPERGS, que é uma das entidades componentes do Fórum da Questão Penitenciária.

A correspondente da Al Jazeera no Brasil, a jornalista Maria Helena Romero relata que este assunto é de interesse mundial. “Estou há 7 anos no país e vejo que esta questão não progride. Queremos ver se com a interferência da OEA, o Estado brasileiro melhora as condições dos seus presídios. As pessoas se chocam quando as imagens dos penitenciárias brasileiras percorrem o mundo”, conta.

Perguntada sobre as condições estruturais e se há violação de Direitos Humanos no Presídio Central, a presidente da ADPERGS, Lisiane Zanette Alves, foi taxativa. “No PC não há o mínimo patamar civilizatório. Há violações constantes patrocinadas pelo Estado brasileiro. Essa conduta já começa pela estrutura. A rede elétrica é irregular e o sistema hidráulico e de esgoto está em colapso. Por trás dos números estarrecedores da superlotação carcerária, cultivamos um sistema prisional violador de valores, da lei e de qualquer parâmetro razoável de eficiência. Acredito que nenhum tipo de reforma que venha a ser feita tornará o Central um lugar possível para permanência de seres humanos”, declara.

A expectativa da resposta do estado brasileiro em relação a liminar emitida pela CIDH também foi uma das indagações dos repórteres estrangeiros. “O Fórum Penitenciário espera que o Brasil, depois das recomendações feitas pela OEA, acene com ações concretas e claras que atendam às medidas cautelares expedidas. Aqui, não existe prisão perpétua e tão pouco a pena da morte. Todas as pessoas que passam por um presídio retornam para a sociedade; cabe a nós, enquanto cidadãos, refletirmos sobre os egressos do sistema prisional que pretendermos ter, executando iniciativas que previnam a reincidência, pois somente assim estaremos lutando pela diminuição da violência.”, pontua.

O presidente da AJURIS, Pio Dresch, também foi entrevistado. A vice-presidente da ADPERGS, Marta Beatriz Tedesco Zanchi acompanhou o trabalho da emissora.

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