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Caso Eliseu Santos: Defensora Pública garante absolvição de assistido, após mais de 30 horas de Júri

“Ele sentou na minha frente e disse: já sei que vou ser condenado, não tenho mais esperanças, só não queria ser preso porque tenho um filho pequeno”. Assim, a Defensora Pública Tatiana Boeira relembra o primeiro atendimento realizado com o assistido Jonatas Gomes, absolvido em julgamento nesta quinta-feira (24). 

Após 30 horas no Tribunal do Júri, sua atuação demonstrou que o acusado não teve participação na morte do ex-vice-prefeito e ex-secretário da saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, em 2010. O julgamento iniciou na terça-feira (23) e se estendeu por dois dias. 

O assistido é irmão de Eliseu Pompeu Gomes, condenado pela execução do crime, e foi acusado pelo Ministério Público de envolvimento no homicídio. Em seu depoimento, Jonatas disse que nunca foi próximo do irmão e negou a participação. 

De acordo com a Defensora Pública, o assistido, que trabalhou por 35 dias na empresa Reação, procurou o atendimento da Defensoria Pública sem expectativas. “Quando eu o atendi pela primeira vez no escritório da Defensoria do Júri ele chegou muito desmotivado”, contou.

Na defesa, foi demonstrado aos jurados que Jonatas, de fato, não era próximo do irmão e não teve participação no crime. Além disso, foram reproduzidos dezenas de vídeos de amigos, conhecidos e clientes do assistido, que atua como vendedor de roupas. 

“Isso é muito importante, reverter uma expectativa de alguém que estava descrente de tudo e que mudou o seu ponto de vista. Talvez eu tenha revertido o ânimo de uma pessoa que estava descrente do nosso trabalho, do sistema de justiça e do entendimento das pessoas”, complementou Tatiana. 

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