ADPERGS participa de debate sobre desenvolvimento infantil e enfrentamento ao racismo na ALRS

O desenvolvimento infantil a partir do enfrentamento ao racismo foi tema de audiência pública na tarde desta segunda-feira (25) na Assembleia Legislativa do Estado (ALRS). Representada pela Defensora Pública Cristiaine Johann, a ADPERGS foi uma das organizadoras da iniciativa ao lado da Ouvidoria da DPE/RS.
A audiência contou com a presença da presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente na Câmara dos Deputados, deputada Maria do Rosário (PT-RS); do coordenador do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, Ricardo Haesbaert; da Ouvidora-Geral da DPE/RS, Marina Dermmam; e de representantes de diversas entidades e movimentos.
Durante sua fala de abertura, Cristiaine lembrou o ideal constitucional de prioridade das crianças e demonstrou preocupação com os(as) jovens que enfrentam, além da vulnerabilidade econômica, a discriminação e o racismo.
“Penso que isso é uma tarefa de toda a sociedade, não apenas do povo que sente a dor da discriminação. Nós temos duas leis que são relativamente recentes e determinam o ensino da cultura afrodescendente e indígena no currículo escolar. Essa questão tem nos preocupado porque, em um levantamento do Tribunal de Contas do Estado, foi verificado que muitas escolas consideram que essa educação é apenas para as disciplinas de história e arte. Será que o Poder Judiciário, os Defensores e as Defensoras, os promotores, também não deveriam fomentar essa cultura?”, disse.
Já a deputada Maria do Rosário destacou que, além da atenção às crianças negras ainda na primeira infância, também é preciso falar sobre a violência e o racismo que atingem os adolescentes e jovens negros no Brasil. “Nós temos um país plural para resgatar. O direito aqui é o direito de existir, é sobre isso que estamos falando. Os números indicam que a mortalidade negra e juvenil é tão grave no Brasil que, no momento do nascimento, nós temos praticamente uma igualdade entre meninos e meninas. Então por que depois dos 13, 14 anos passamos a ter mais mulheres do que homens na vida adulta? Porque os meninos negros são mortos, porque os meninos negros não crescem, porque os meninos negros não chegam a vida adulta”, afirmou.
A audiência pública “Primeira Infância no Centro: garantido o pleno desenvolvimento infantil a partir do enfrentamento ao racismo” foi promovida pelo Instituto da Mulher Negra – Geledés em conjunto com a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO); Universidade Federal de Pelotas (UFPEL); Omọ Kékèré – Primeira Infância de Terreiro; Núcleo de Estudos e Pesquisas É LÉÉKO; ADPERGS e Ouvidoria da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul.
Assista na íntegra pelo YouTube da TV Assembleia, no link: https://bit.ly/3OCqfsK